O Sonho do Circo
- Alexandre Santos
- 30 de mar.
- 3 min de leitura
Atualizado: 18 de abr.
Na semana passada, fomos ao circo em família e assistimos a um espetáculo extraordinário intitulado "Le Rêve de Cirque" – em português, "O Sonho do Circo". Apesar da chuva torrencial que enfrentamos para entrar na tenda, assim que cruzamos a entrada, a magia começou. E nada melhor do que iniciar essa experiência com um bom "balde" de pipoca! O picadeiro iluminou-se, o espetáculo teve início, e podíamos ver o brilho em nossos olhares. Por alguns instantes, esquecemos completamente a tempestade lá fora. Para mim, foi uma experiência tão profunda que gostaria de compartilhar com vocês algumas reflexões, traçando um paralelo entre os artistas do circo e aqueles que se colocam a serviço da evangelização pela arte.

O artista de circo: um servo da arte
Desde o primeiro momento, ficou claro que o artista de circo não é apenas aquele que brilha sob os holofotes. Nos bastidores, ele é também aquele que prepara o espetáculo: monta a tenda, ensaia, acolhe o público, vende ingressos, limpa o espaço. Seu ofício é integral, para que a sua arte brilhe ele se coloca a serviço antes, durante e depois do espetáculo.
➡ Na evangelização pela arte, não basta apenas subir ao palco ou ao ambão; é necessário estar envolvido em todo o processo – desde a preparação da liturgia ou da ação de evangelização até a acolhida das pessoas... O artista cristão é um servidor, alguém que prepara o espaço para que Deus possa agir. Como dizia Monsenhor Jonas Abib, ele é "a ponta da lança", abrindo caminho para que Deus entre e faça sua obra.
Vida comunitária: o circo é uma família itinerante
Os artistas circenses vivem juntos como uma grande família, mudando de cidade em cidade. Compartilham tudo: o palco, o cansaço, as alegrias e os desafios. Essa vida nômade exige um espírito de doação e comunhão.
➡ O artista que coloca seu dom a serviço da evangelização precisa estar inserido na grande família que é a Igreja. Ele não atua sozinho, mas em comunhão. A missão de evangelizar pela arte exige espírito de equipe, humildade e a consciência de que se está sempre "de passagem", caminhando rumo ao Céu.
Um estilo de vida simples e imerso na arte
Os circenses vivem uma vida desapegada dos bens materiais, centrada na arte e no espetáculo. Tudo o que possuem deve ser leve e funcional, pois a qualquer momento partem para um novo destino.
➡ A simplicidade também é uma marca do artista-missionário. Ele é chamado a desapegar-se, a confiar na Providência e a ter sua vida centrada na missão de levar a Boa Nova, sem se perder nas seguranças do mundo.
O espetáculo como espaço de maravilhamento e transcendência
O circo encanta porque transporta o público para um mundo de maravilhas, onde o impossível parece acontecer.
A coragem de se lançar no vazio
O trapézio, o salto mortal, a corda bamba… no circo, os artistas desafiam os limites do corpo e da gravidade. É preciso fé para se lançar no ar e confiar que a rede ou o parceiro estarão ali.
➡ Evangelizar pela arte também exige um salto no vazio, uma confiança total em Deus. Muitas vezes, não sabemos como nossa mensagem será recebida, mas seguimos em frente, pois o Espírito Santo nos sustenta.
O sonho do circo e o sonho do artista-missionário
O sonho do circo e o sonho do artista cristão se encontram no desejo de tocar os corações e despertar algo maior no público. O circo nos ensina que a beleza da vida está na entrega, na comunidade e no serviço – lições preciosas para todo artista que se coloca a serviço da evangelização.
Comments